Mariana e Altamiro, exemplos de superação
Hélio Costa Júnior
Fotos: Antonio ScarpinettiEdição das imagens: Everaldo Silva
[25/2/2010] Mariana Dulce da Silva, 17, de Hortolândia, sempre estudou em escola pública. Tinha um sonho: ingressar na Unicamp e cursar Ciências Sociais. O sonho começou a ganhar forma quando descobriu, pela internet, que o seu nome estava na primeira lista de chamada do Vestibular da Unicamp, para o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). “Fiquei emocionada. Eu não acreditava no que estava acontecendo comigo”, disse.
Para ter certeza solicitou ao seu pai, Altamiro José da Silva, 52 anos, funcionário do Espaço Cultural Casa do Lago, que fosse conferir se o seu nome aparecia em uma das listas afixadas no Ciclo Básico. Não deu outra. Era verdade. A partir daquele momento o sonho de Mariana em se tornar uma futura cientista social estava prestes a se tornar realidade. “Eu me emocionei ao ver o nome de minha filha na lista ”, contou Altamiro.
Para passar no único vestibular que prestou neste ano, Mariana se dedicou quase que integralmente aos estudos. “Foram várias horas por dia. Estudei muito português, literatura e história”, disciplinas que estão intimamente ligadas à área”.
A relação de Mariana com a Universidade já vem de longa data. De 1998 a 2002 ela cursou da 1ª à 4ª série na Escola Estadual de Ensino Fundamental Físico Sérgio Pereira Porto. Há também outra relação que jamais a deixou afastada do campus. Desde 1985 seu pai pertence ao quadro de funcionários. Na época, como pedreiro temporário, ele colocou a 'mão na massa' para que prédios como o do Centro de Saúde da Comunidade (Cecon) e de Institutos como o de Estudos da Linguagem (IEL), de Artes (IA), entre outros, pudessem ser construídos. De lá para cá já esteve na diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU). Nos estudos, conseguiu terminar o segundo grau, graças ao supletivo oferecido pela própria universidade. Altamiro, desde 2001, é funcionário da Casa do Lago, local onde monta exposições, roda filmes, além de outras atividades.
Sobre o ingresso de Mariana na Unicamp, ele não tem vergonha nenhuma de dizer que “é uma bênção, coisa pra rico ou de pessoa inteligente”. Frase forte para quem, assim como Mariana, há alguns anos, acreditava que a Universidade era “coisa que não existia”. Hoje, ambos podem ser considerados um exemplo de dedicação e superação.
(matéria e foto do site: http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2010/02/26/mariana-e-altamiro-exemplos-de-superacao)
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