sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"Educação e Cultura: formas de interlocução"


INFORMAÇÕES GERAIS
Local: Centro de Convenções da UNICAMP
Rua Elis Regina, 131 - Cidade Universitária
CEP: 13083-970 – Campinas, SP
Data: 31 de Outubro de 2012, quarta-feira
Horário: das 09h00min às 17h00min

Informações Adicionais

Secretaria de Eventos – FE/Unicamp
eventofe@unicamp.br

SOBRE O EVENTO

As relações entre Educação e Cultura são sempre polissêmicas e provocativas. Neste Fórum, trazemos para o diálogo diversas experiências, perspectivas, reflexões, encontros que se fazem em diferentes âmbitos: literatura, música, dança, teatro, artes visuais, educação física, mídia.

COORDENAÇÃO

Comissão Editorial da revista Pro-Posições
Faculdade de Educação da Unicamp

PROGRAMAÇÃO

Manhã

8h30 – Credenciamento
9h – Abertura
Profa. Dra. Carmen Zink Bolonhini – Assessora da Coordenadoria Geral da UNICAMP
Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas – Diretor da Faculdade de Educação da Unicamp
Profa. Cecília de Godoy Camargo Pavani – Departamento de Educação da RAC
Prof. Dr. Antonio Carlos Amorim – Presidente da ALB
Profa. Dra. Luci Banks-Leite – Editora responsável da revista Pro-Posições
9h30 às 10h – Atividade artística
10h às 12h – Mesa RedondaEntre a literatura, as artes visuais, a música, a dança e o teatro... A educação que acontece fora do currículo escolar
Prof. Dr. Edmir Perrotti – Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP)
Profa. Dra. Márcia Lagua de Oliveira – Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA) – Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
Mediadora: Profa. Dra. Ana Angélica Albano Medeiros Albano – Pro-Posições / Delart – FE Unicamp
12h às 14h – Almoço

Tarde

13h45 às 14h – Atividade artística
14h às 15h45 – Mesa redonda – Experiências, práticas e reflexões sobre educação e cultura nas áreas de música e de educação física
Prof. Dr. Jorge Luiz Schroeder – Instituto de Artes Unicamp
Profa. Dra. Elizabeth Paoliello – Faculdade de Educação Física Unicamp
Mediadora: Profa. Dra. Eliana Ayoub – Pro-Posições / Delart – FE Unicamp
15h45 às 16h – Intervalo
16h às 17h – Palestra As linguagens do século 21, a Educação e a Cultura
Profa. Dra. Regina de Assis – Professora aposentada da UERJ e da PUC-RJ, consultora em Educação e Mídia
Mediadora: Profa. Dra. Maria Helena Bagnato – Pro-Posições / Deprac – FE Unicamp

Organizadores

FE – FACULDADE DE EDUCAÇÃO / PRO-POSIÇÕES

A Faculdade de Educação (FE) da Unicamp foi criada em 1972. Sua missão é desenvolver e realizar programas e projetos de formação de professores e pesquisadores em Educação capazes de atuar em todos os níveis e áreas da educação brasileira, a fim de atender a ampla demanda por profissionais da educação e contribuir para a melhoria do sistema educacional e a promoção da justiça social. Atualmente, oferece os cursos de graduação de Pedagogia e de Licenciatura Integrada em Física e Química. Seu programa de Pós-Graduação em Educação recebe estudantes das mais diversas regiões do Brasil e do exterior. Em 2012, a FE completa 40 anos de uma história de defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade e da democratização do conhecimento.
A revista Pro-Posições é uma publicação quadrimestral, editada pela Faculdade de Educação da Unicamp há mais de 20 anos e tem como objetivo divulgar a produção acadêmica na área da Educação. Publica artigos inéditos e/ou traduzidos, ensaios, resenhas, documentos e textos oriundos de publicações fora de catálogo.
Site da FE: http://www.fe.unicamp.br
Site da Pro-Posições: http://www.proposicoes.fe.unicamp.br

ALB – ASSOCIAÇÃO DE LEITURA DO BRASIL

A ALB – A Associação de Leitura do Brasil é uma sociedade científica sem fins lucrativos; legalmente instituída desde novembro de 1981, em Campinas. É um espaço privilegiado de análise e crítica das condições de leitura no país e lugar de luta pela efetiva garantia do exercício da cidadania pela maioria excluída. A ALB congrega todas as pessoas que estão interessadas no estudo e discussão de questões relativas à leitura – pesquisadores, professores de todos os níveis, estudantes universitários, bibliotecários, jornalistas, editores, livreiros, historiadores etc. Prioritariamente suas ações são: a realização de Congressos, dentre os quais se destaca o COLE (Congresso de Leitura do Brasil), bianualmente na UNICAMP, e o Seminário Nacional “O Professor e a Leitura do Jornal”, o estímulo à organização e implantação de grupos regionais de estudos e pesquisas, apoiando seus trabalhos e facilitando a troca de experiências; a dinamização da Roda de Pesquisadores da ALB, a publicação de livros, revistas, cadernos e boletins, nos quais não apenas se expressam os pontos de vista da ALB, mas os dos estudiosos dos temas.
Site da ALB: http://www.alb.com.br

RAC – REDE ANHANGUERA DE COMUNICAÇÃO

A Rede Anhanguera de Comunicação é constituída por um complexo multimídia que envolve os jornais Correio Popular e Diário do Povo, Notícias Já, a Revista Metrópole, Gazeta do Cambuí, Gazeta de Piracicaba, Gazeta de Ribeirão, o portal Cosmo /on line/ e a Agência Anhangüera de Notícias, além da empresa Grafcorp. Atende a um mercado de mais de cinco milhões de consumidores que tem Campinas como cidade principal. Desde 1992, através de seu Departamento de Educação, desenvolve o programa Correio Escola, pioneiro no Estado de São Paulo, promovendo o prazer da leitura em salas de aula mediante o uso de jornais.
Site da RAC: http://www.rac.com.br

Para realizar sua inscrição, acesse o link: http://foruns.bc.unicamp.br/
e cadastre-se.

Seleção de formadores bolsistas ITCP/UNICAMP





A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da Unicamp é um Programa de Extensão Universitária vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PREAC).
A ITCP/UNICAMP tem como seus princípios de atuação a Educação Popular, a Autogestão e a Extensão Universitária. Nesse sentido, se propõe articular o conhecimento acadêmico e o conhecimento popular produzido fora da Universidade, na busca por um saber válido e a serviço da transformação social e da transformação da própria Universidade, garantindo seu caráter
público e a indissociabilidade do tripé pesquisa-ensino-extensão.
Mais informações sobre a ITCP no site: www.itcp.unicamp.br.
Estão abertas vagas para educadores populares, com possibilidades de atuação nas seguintes áreas:
-Planejamento Econômico: contato com ferramentas contábeis e
administrativas, economia política e economia do trabalho, fundo do trabalho e organização dos trabalhadores.
-Gênero: experiência de trabalho com coletivo de mulheres e
auto-organização de mulheres.
-Processos Pedagógicos: conhecimento sobre educação popular, metodologias participativas, experiência de trabalho junto a movimentos sociais.
-Comunicação e Arte: conhecimento sobre comunicação popular,
arte-educação, metodologias participativas, experiência de trabalho junto a movimentos sociais.
-Saúde do(a) trabalhador(a): conhecimento sobre a saúde no ambiente de trabalho, prevenção de acidentes, saúde mental etc.
-Contabilidade: ser contador(a) e ter conhecimento sobre contabilidade em cooperativas e associações.
A remuneração mensal é de R$800,00 por um mínimo de 6 meses, dependendo da existência de recursos para continuidade do trabalho.
Pré-requisito geral de seleção:
- Ter disponibilidade semanal de 20 horas presenciais + 10 horas de estudos
Critérios DESEJÁVEIS, mas não excludentes, de seleção:
1. Ter experiência com projetos de extensão
2. Possuir Carteira de Habilitação (CNH) categoria B
3. Ter concluído o curso de formação de monitores da ITCP/UNICAMP
4. Experiência com Educação Popular e Movimentos Sociais
5. Ter vínculo formal(graduação) com a Unicamp
*AS INSCRIÇÕES DEVEM SER FEITAS ATÉ O DIA 30 DE OUTUBRO!
O calendário do processo seletivo será enviado por e-mail.
A inscrição deve ser feita por meio do endereço eletrônico e
selecao@itcp.unicamp.br . O título da mensagem deve ser “SELEÇÃO 2012” e deverá ser enviado em anexo CURRÍCULO resumido e FICHA de inscrição preenchida (.pdf, .doc ou .odt):
A ficha pode ser obtida no site: http://www.itcp.unicamp.br/drupal/?q=node/278

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

III Seminário de Educação Sóciocomunitária UNISAL 2012

Lançamento do livro "Animação Sociocultural: um Propósito da Pedagogia Social"

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pólis Empírika - uma “cidade virtual do conhecimento”

Evento científico da Empírika 2012 acontecerá nos dias 26 e 27 de outubro, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O II Seminário Internacional Empírika – Comunicação, Divulgação e Percepção de Ciência e Tecnologia

http://www.polisempirika.org/index2.php
"Para propiciar aos visitantes o contato e a vivência dos assuntos relacionados à C&T, a Empírika 2012 acontecerá na forma de espaços expositivos, ou seja, de feiras, nas cidades de São Paulo e Vinhedo; virtualmente, através da Pólis Empírika – uma cidade virtual do conhecimento, cujos espaços serão multiplicados em diferentes regiões do estado, do país e da Ibero-América; e de um evento científico, com conferências, mesas redondas e seminários realizados na Unicamp.
Pólis Empírika - uma “cidade virtual do conhecimento”. Será uma cidade utópica, virtual, formada pela reprodução de partes de cidades reais, bem como por outras fictícias, disponível aos visitantes do mundo todo na plataforma web do projeto.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

homenagem ao dia do professor 2012

Desejo a você...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé
em Deus
Não ter que ouvir a palavra NÃO
Nem NUNCA, nem JAMAIS e ADEUS.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

CMU promove exposição fotográfica “Ofício e Memória”

Fotografias e depoimentos revelam particularidades

de profissionais cujas atividades persistem no tempo



O Grupo de Pesquisa Memória e Fotografia (GPMeF), do Centro de Memória – Unicamp, realiza no próximo dia 20 de outubro a Exposição Fotográfica “Ofício e Memória”. A mostra, que integra a III Feira Cultural do CIS-Guanabara e o VI Festival Hercule Florence de Fotografia, poderá ser vista das 14 horas às 17 horas no Armazém do Café da Estação Guanabara (Rua Mário Siqueira, 829, bairro Botafogo, em Campinas).

Em 33 painéis pesquisadores do grupo mostram em fotos e depoimentos a diversidade que caracteriza atividades profissionais que persistem no tempo, seja pelo processo, seja por práticas culturais; são ofícios que apesar da atualização dos processos conservam traços do antigo de forma ressignificada. São registros que evidenciam a memória de ofícios que, apesar da modernidade, permanecem como o fotógrafo lambe-lambe, maquinista, alfaiate, barbeiro, sapateiro, borracheiro, luthier, peixeiro, jardineiro, cesteiro e vidreiro configurando um universo de atividades aprendidas de maneira informal, empírica e que reafirmam a tradição do ofício.

Integram a Coletiva os pesquisadores Alexsânder Nakaóka, Amarildo Carnicel, Batisitina Corgozinho, Daniela Alvisi, Iara Rolim, Maria Cecília Monteiro, Nelson Chinalia, Olga von Simson, Rita Prando, Suzana Barretto e Taís Franciscon. A mostra é itinerante e, depois da Estação Guanabara seguirá para o Parque das Águas (Rua Visconde de Congonhas do Campo, 567 – Pq. São Martinho – Campinas) e na sequencia para as cidades onde os profissionais foram fotografados.

Palavras de Paulo Freire - dia do professor 2012.

“Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e aquilo.


Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê.

Não posso ser professor a favor simplesmente do homem ou da humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativaSou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda.

Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.

Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura.

Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza.

Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa mas não desiste. Boniteza que se esvai de minha prática se, cheio de mim mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar.”


(Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia, São Paulo, Paz e Terra, 2011)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Seminário de Formação de Extensionistas Comunitários


Seminário de Formação de Extensionistas Comunitários para Servidores PAEPE - "Educação e a Extensão Comunitária"
Debatedores:

Profª Drª Christiane Neme Campos – Instituto de Computação – Curso Exato

Msc. Odair Marques da Silva – CIS Guanabara

Data: 09/10/2012 (terça-feira)
Horário: das 14h às 16h
Local: Auditório da AFPU
 
Inscrições:
 
http://sistemas.rei.unicamp.br/ggbs/noticias.php?area=cac
 
Informações sobre os debatedores (Curriculum Lattes):

Christiane Neme Campos

possui graduação em Matemática Aplicada e Computacional pela Universidade Estadual de Campinas, doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas e fez pós-doutorado no Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. É docente do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas e tem experiência na área de Matemática Discreta e Combinatória, com ênfase em Teoria de Grafos.

Odair Marques da Silva

Possui graduação em Ciências licenciatura pela Universidade Sao Judas Tadeu (1983). Pós-graduação em Análise de Sistemas pela PUCCAMP e Mestrado em Gestão da Qualidade pela FEM/UNICAMP, com dissertação sobre Organizações Não-Governamentais. Atua principalmente nos seguintes temas: Educação e Produção Cultural. Docente na Pós-graduação em Pedagogia Social - UNISAL/Campinas/SP. Membro do GEPESAC - Grupo de Pesquisa em Educação Social - Campinas/SP. Co-autor de quatro livros: "Pequenas ações mudam o mundo", "Desafios e Perspectivas da Educação Social: um mosaico em construção", "Pedagogia Social: Educação e Trabalho na Perspectiva da Pedagogia Social" e "Tecnologias e Mídias Interativas na Escola". Doutorando na UTAD - Portugal, com área de concentração em Ciências da Cultura, e pesquisa de campo no Museu da Língua Portuguesa, na relação entre o museu, a difusão cultural e sua interação com novas midias e novas tecnologias interativas.

No Brasil, a pobreza tem cor


O sempre mestre e sempre saudoso Evandro Lins e Silva lembrava-me a força de bisturi da lógica de Anatole France desmontando o igualitarismo farisaico do direito liberal:

Roberto Amaral

“Em sua igualdade majestática a lei proíbe tanto ao rico quanto ao pobre dormir embaixo da ponte, esmolar nas ruas e furtar pão”.

Os dois mestres e a sentença genial me vêm a propósito de telefonema de prezada amiga e leitora, que me interpela pedindo justificativa para as políticas de afirmação positiva:

“Se somos todos iguais, não seria uma discriminação contra os outros, o privilégio dado aos negros no acesso à universidade?”

Ora, não somos iguais, e uma das maiores farsas do direito de classe é a afirmação, consagrada nas chamadas constituições democráticas, de que ‘todos são iguais perante a lei’, que só poderia ser aceita como projeto de uma sociedade igualitária. Numa sociedade de classes, como a brasileira, essa ‘igualdade’ formal, tomada ao pé da letra, significa simplesmente a manutenção das desigualdades e o aprofundamento da dominação dos pobres. Na verdade, somos desiguais (uns mais fracos outros mais poderosos, uns mais aquinhoados outros menos aquinhoados, uns ricos outros pobres – e, outros, miseráveis), e, por isso, a igualdade só se busca quando os diferentes são tratados de forma diferenciada.
A formulação marxiana – ‘De cada um de acordo com suas possibilidades, a cada um de acordo com suas necessidades’ – parece-me a mais correta e a única de corte humanista. Não pode o Estado cobrar de todos os mesmos deveres, nem oferecer a todos os mesmos direitos, pois, dos poderosos, dos ricos, incumbe-lhe cobrar mais e aos mais fracos, aos mais pobres, oferecer mais (porque deles, tomou e toma mais).

Toma mais dos pobres, também, porque a estrutura tributária é injusta: penaliza o salário e protege o rendimento financeiro.

Mas, observe-se que, se a maioria da população legitimar um Estado que de pronto consagre a desigualdade absoluta entre seus súditos, legitimará a Pretória do Apartheid, legitimará o statu dos dalits, intocáveis, seres inferiores para 60% da população indiana. No mundo do homem, é desafio buscar a igualdade na desigualdade.

É farsa dizer que o filho do pobre, já inferiorizado em todos os sentidos por ser pobre e arcar com todas as consequências daí resultantes (moradia precária, má alimentação, baixa escolaridade familiar etc.), que frequenta nossas péssimas escolas públicas de ensino básico, fundamental e médio (quando delas não é afastado para contribuir na composição do salário familiar), desaparelhadas propositalmente desde os primeiros governos militares, é farsa dizer, repita-se, que esse filho do pobre tem, no vestibular de acesso ao ensino superior (e o vestibular já é em si uma consagração da diferença) as mesmas oportunidades do rebento da classe média alta, que estuda em escolas privadas e caras, equipadas com laboratórios e bibliotecas, com acesso ao “cursinho”, a estudo particular de línguas e a viagens internacionais de intercâmbio – e, com tudo isso e por tudo isso (acrescente-se à lista a rede de contatos, importantíssima na nossa cultura do favor), ingressa no mercado de trabalho muito mais tarde e com preparo incomparável, numa disputa com só os seus pares.

O Estado (os teóricos do reacionarismo não são burros) quando destrói a opção da escola pública, abastardando sua qualidade, está conscientemente desaparelhando o pobre na disputa do mercado de trabalho e impedindo sua ascensão social e a conquista da cidadania, pois mercado e cidadania são reservados aos ‘mais iguais’, os filhos da classe média alta. Quando o Estado põe esse pobre e esse rico “em igualdade de condições” na disputa do que quer que seja, mas principalmente na disputa de uma vaga na universidade pública, está punindo o pobre. E quando digo o pobre, refiro-me, principalmente, aos negros, porque no Brasil a pobreza tem cor. À nossa dívida pela discriminação econômica, soma-se, como elemento ético, a dívida impagável de brancos e escravocratas.

Quando destrói a escola pública, o Estado reacionário decide dificultar o acesso do pobre à escola universitária pública, gratuita e de boa qualidade, e ao fazê-lo procura reservá-la àqueles que puderam frequentar cursos preparatórios de qualidade. A decisão da sociedade de classes é essa: aos pobres a formação secundária de baixa qualidade que não os capacita nem para o vestibular da universidade pública nem para o mercado de trabalho, cada vez mais exigente; aos ricos a escola universitária de qualidade, a carreira universitária, a pesquisa, as grandes clínicas e os grandes escritórios, enfim, a reprodução do poder e da dominação. É ou não é um sistema de cotas às avessas?

As universidades públicas, sejam estaduais, sejam federais – por exemplo, a USP, a Unicamp, a UFRJ e outras que tais – são, a rigor, as únicas que oferecem, na área técnica, laboratório, pesquisa e, quase sempre, bolsas de iniciação científica, custeadas, é evidente, ora pelo CNPq, ora pela Finep, ora pela Fundação de Amparo à Pesquisa do respectivo estado. Aliás, as universidades públicas são responsáveis por algo como 80% dos cursos (respeitáveis) da área técnica, como as engenharias em geral, medicina, física etc. 
Por todas essas razões, seus vestibulares são os mais procurados, e, por serem os mais procurados, os mais difíceis. Ou seja, são acessíveis apenas aos vestibulandos mais bem formados, filhos da classe média, de média para alta. Com esses jovens evidentemente não podem concorrer os pobres egressos da escola pública secundária, de baixíssima qualidade, restando-lhes as inumeráveis espeluncas espalhadas pelas esquinas como os botequins, que estão, no país inteiro, há décadas, imprimindo diplomas de ensino superior sem serventia no mercado competitivo.

Mas quais são os cursos que lhes são reservados, aos pobres, na escola privada? Os técnicos? Não. Esses são caros e o ensino privado é um ramo da atividade comercial, que persegue o lucro (já há dessas empresas com ações em bolsa!). Aos pobres são destinados os cursos que não requerem laboratórios nem professores de tempo integral, que podem ser dados em salas com mais de 50/60 alunos, cuja didática depende exclusivamente de exposições do professor mal-remunerado correndo de uma escola para outra, de uma aula para outra, para assegurar o salário mensal. 
Depois de quatro anos de ‘estudos’ e muitas mensalidades e matrículas pagas pelo esforço familiar, o jovem pobre sai da ‘faculdade’ com um canudo de advogado, de jornalista, de assistente social, disso ou daquilo, e volta para seu empreguinho de origem, no comércio, na indústria, onde puder. Doutor de canudo, anel, foto e festa de formatura, mas sem qualificação e sem mercado. Enquanto isso, seu colega (de geração) que conclui também o curso, mas ou na universidade pública ou numa PUC, já se prepara, com bolsa, para o mestrado, já pensando no doutorado no exterior. Ou já sai empregado, quando não começa a trabalhar nos últimos semestres. Cedo, recomendado pela verdadeira grife que é o só nome de sua escola, já terá conhecido os primeiros estágios profissionais.

É o ensino na sociedade de classes.

A política de cotas visa a reduzir essa injustiça. Os reacionários de todos os quadrantes bradam que isso quebrará o ‘alto’ padrão do ensino. A realidade – como sempre ela! – os desmente. Os egressos da política de cotas e de programas como o Pró-UNI têm-se revelado, no geral, excelentes alunos.

Link original da matéria

Artigo sobre "Cotas da Igualdade"

Cotas da igualdade

  Debate sobre as cotas raciais nas universidades brasileiras trouxe de volta velhos clichês como a suposta “democracia racial” brasileira e o reducionismo econômico, que insiste em negar a diferença de tratamento entre brancos e negros da mesma classe social   

Por Túlio Vianna
 
De todas as ficções com as quais o sistema capitalista se legitima, a mais hipócrita delas é a da igualdade de oportunidades. A meritocracia é uma ficção que só se realizaria se não houvesse heranças. No mundo real, ninguém começa a vida do zero; somos herdeiros não só do patrimônio, mas da cultura e da rede de relacionamentos de nossos pais. Alguns já nascem na pole position, com os melhores carros; outros se digladiam na última fila de largada em calhambeques não muito competitivos. 
Quem é o melhor? O piloto que vence a corrida largando na pole position e com o melhor carro ou aquele que largou em último e chega com seu calhambeque em segundo lugar? Quem tem mais mérito? O candidato que estudou a vida inteira em excelentes escolas particulares e passou em primeiro lugar no vestibular ou aquele que passou em último, tendo estudado somente em escolas públicas, enquanto trabalhava oito horas por dia para ajudar seus pais?
As cotas universitárias não foram criadas para coitadinhos. Elas existem para vencedores. Para alunos que são tão brilhantes que, mesmo correndo durante 17 anos em calhambeques, ainda conseguem chegar próximos daqueles que dirigem os melhores carros. Para quem, contrariando todas as expectativas, venceu o sistema que lhe negou as oportunidades necessárias para que seu talento florescesse em plenitude. As cotas são um mecanismo para privilegiar o mérito pessoal em detrimento da condição social como critério de seleção.
É relativamente fácil perceber como a desigualdade econômica afeta o desempenho acadêmico dos candidatos ao vestibular. Mesmo quem nunca foi pobre consegue imaginar as dificuldades de alguém que estudou em uma escola fraca, sem dinheiro para comprar material escolar e tendo que trabalhar para ajudar nas despesas da casa. Difícil mesmo é um branco perceber como a desigualdade racial dificulta o ingresso de um negro na universidade.
O racismo no Brasil é comumente negado com base em duas ideologias complementares: o “mito da democracia racial” e o reducionismo econômico. A primeira nega, contra todas as evidências fáticas, a existência da discriminação racial brasileira; a segunda reconhece o tratamento desigual, mas atribui sua causa à desigualdade econômica. Juntas, estas duas ideologias fundamentam um argumento recorrente de que o negro seria discriminado no Brasil não pela cor de sua pele, mas por sua pobreza. 
Democracia racial
O mito da democracia racial brasileira, como todo mito que se preze, tem suas origens incertas. Muitos atribuem sua gênese à obra magna de Gilberto Freyre, Casa-grande & Senzala (1933), ainda que a expressão não conste expressamente no livro e só tenha sido usada por Freyre muito mais tarde, sob influência de outros intelectuais. Fato é que, independentemente do pensamento ou da vontade de Freyre, sua obra foi interpretada por muitos como a prova cabal de que as relações entre brancos e negros no Brasil se deram de forma muito mais cordial do que na América do Norte, até em função da miscigenação ocorrida por aqui, o que explicaria a suposta democracia racial existente no Brasil.
E foi com base nesta ideologia da democracia racial que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) defendeu a ação de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 186, com a qual o seu partido requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declarasse inconstitucional o sistema de cotas raciais nos vestibulares brasileiros. Em audiência pública ocorrida no STF em 3 de março de 2010, o senador afirmou: "Nós temos uma história tão bonita de miscigenação... (Fala-se que) as negras foram estupradas no Brasil. (Fala-se que) a miscigenação deu-se no Brasil pelo estupro. (Fala-se que) foi algo forçado. Gilberto Freyre, que é hoje renegado, mostra que isso se deu de forma muito mais consensual."
Esta visão romanceada da escravidão no Brasil, que foi duramente criticada por Florestan Fernandes e seus colegas da USP em minuciosos estudos realizados a partir da década de 1950, ainda hoje encontra seus adeptos, não obstante seu visível anacronismo. A ditadura militar brasileira – que aposentou compulsoriamente Florestan em 1969 – esforçou-se para garantir uma sobrevida à ideologia da democracia racial, incutindo na população a ideia de que não há racismo no Brasil. 
Os números do Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2007-2008, porém, mostram uma realidade bastante diferente da propagada pela ideologia da democracia racial. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de pretos e pardos no Brasil é de 0,753; o de brancos é de 0,838. Dos 513 deputados eleitos em 2006, apenas 11 eram pretos e 35 pardos. No início de 2007, dos 81 senadores 76 eram brancos, enquanto somente 4 eram pardos e 1 preto. Dos 68 juízes dos Tribunais Superiores, apenas dois foram identificados como pretos e dois como amarelos, sendo todos os demais brancos. 
No ensino superior a democracia racial é uma ficção. Em 2006, um em cada cinco brancos em idade esperada para ingressar no ensino superior estava na universidade, enquanto 93,7% dos pretos e pardos na mesma faixa etária estavam excluídos do ensino superior público ou privado. 
No corpo docente das universidades brasileiras a situação é ainda pior. Um estudo do professor de Antropologia da Universidade de Brasília (UNB) José Jorge de Carvalho avaliou 12 das principais universidades brasileiras e constatou que o número de professores negros (pretos e pardos) não chega sequer a 1%. Dos 4.705 professores da Universidade de São Paulo (USP) no período avaliado, apenas 5 (0,1%) eram negros. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dos 2.700 professores, 20 (0,7%) eram negros. Das instituições pesquisadas, a com maior pluralismo racial do corpo docente foi a UNB, na qual, dentre 1.500 professores, havia 15 (1%) negros.
Reducionismo econômico
Na impossibilidade de negar os números que indicam claramente a discriminação racial no Brasil, os adeptos da ideologia da democracia racial procuram justificar as desigualdades apontando como causa da discriminação não a etnia, mas a condição econômica dos negros, na média bastante inferior à dos brancos. Este argumento tem seduzido, inclusive, muita gente de esquerda que, em uma leitura ortodoxa do marxismo, entende que todo conflito social pode ser reduzido a um conflito de classes.
Uma análise mais atenta da realidade social, porém, constata que, para além do poder econômico que impõe a dominação de ricos sobre pobres, há também micropoderes que impõem relações de dominação em função de outras diferenças sociais, tais como as existentes entre brancos e negros, homens e mulheres, heterossexuais e homossexuais, nacionais e estrangeiros e tantas outras.
É tentador imaginar que um estudante negro que estudou toda a vida na mesma sala de aula de um colega branco, com renda familiar semelhante, tenha a mesma chance que ele de ingressar em uma universidade. Na vida real, porém, as dificuldades do estudante negro são sempre maiores.
Ainda que tanto o estudante negro quanto o branco assistam às mesmas aulas e estudem pelos mesmos livros, este é apenas um aspecto muito reduzido de sua formação. A criança e o adolescente refletirão boa parte das expectativas que seus pais, professores e colegas depositam nele. Se o aluno branco é visto por seus professores como “brilhante” e o negro como “esforçado”, esta diferença acumulada durante mais de 10 anos de estudos resultará em níveis de autoconfiança bastante diferentes. 
O negro já entra na escola com um menor status social perante seus colegas e isso lhe será relembrado durante todo o período escolar, desde os apelidos que lhe serão dados até o eventual desafio de um namoro interracial na adolescência. Se precisar trabalhar para ajudar nas despesas de casa, o adolescente negro terá maiores dificuldades em ser aceito em um emprego do que o adolescente branco, ganhará menos e exercerá piores funções. Haverá uma probabilidade muito maior de que os adolescentes negros sejam abordados e revistados pela polícia do que o mesmo ocorrer com seus colegas brancos; aqueles terão sempre seguranças seguindo seus passos em shoppings centers e boates. As revistas e os programas de TV lhe lembrarão o tempo todo que suas chances de ascensão social se resumem a ser um exímio jogador de futebol ou uma sambista destinada a ser símbolo sexual somente durante o carnaval. 
Se o adolescente branco tem como desafio vencer a pobreza para passar no vestibular, o adolescente negro, além da pobreza, precisará vencer o preconceito. Precisará ir além da expectativa social que lhe atribuiu um lugar na sociedade que ele não quer ocupar. E isso, muitas vezes, é bem mais difícil do que simplesmente aprender a matéria que cai na prova.
Não se trata de uma mera dominação econômica de uma classe sobre outra, mas de uma dominação cultural que durante séculos incutiu no inconsciente coletivo a imagem do negro como raça inferior. As cotas raciais a médio e longo prazo permitirão que mais e mais negros sejam vistos no mercado de trabalho como profissionais de sucesso, alterando as expectativas sociais que são atribuídas aos jovens negros. 
Quando os cirurgiões e os juízes negros deixarem de ser confundidos com pacientes e réus, não precisaremos mais de cotas. Até lá, as cotas raciais cumprirão não só o papel de promoção da igualdade racial, mas principalmente farão justiça com o estudante negro que enfrentou tantos percalços na sociedade racista em que vive. Reconhecerão o mérito de quem desafiou todas as expectativas sociais em contrário e continuou estudando para ingressar em uma universidade. O mérito de quem teima em ser um vencedor. 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sesi cultura outubro 2012

 SESI CAMPINAS SANTOS DUMONT TEM O PRAZER DE CONVIDÁ-LOS PARA PARTICIPAR
DE NOSSA PROGRAMAÇÃO CULTURAL DE OUTUBRO:

Teatro: Brigadeiro de Colher - Dia 06 de outubro às 16h
Sinopse: “Brigadeiro de Colher” é um espetáculo de trocas, experimentações
e memórias, onde a plateia é convidada a entrar em uma “cozinha fictícia”.
Neste espaço os espectadores são convidados a compartilharem suas
experiências de vida, transformadas pelas atrizes em cenas e em um
delicioso brigadeiro de colher. Todas as histórias são benvindas: as
amargas, as de sabor inesquecível, momentos doces da vida, cenas
apimentadas ou até aquelas sem sal; todas elas entram como ingredientes
para o brigadeiro que se cozinha a cada espetáculo.
Duração: 80 min.; Faixa Etária: Livre ; Gênero: improviso

Teatro: Literatura de Cordel - Dia 10 de outubro às 19h
Sinopse: Em uma Feira de Cordel, Severina – moça sonhadora – compra o
exemplar que um misterioso vendedor anuncia. Ao ler o cordel percebe que
está lendo sua própria história e, a partir daí, se envolve numa divertida
trama entre céu e inferno, amor e traição, música e poesia. Será tudo isso
realidade ou apenas mais uma trama de cordel?
Duração: 45 minutos; Classificação indicativa: Livre – a partir dos 7
anos; Conteúdo: amor, traição, bem x mal, religiosidade; Gênero: teatro
infanto-juvenil

Cinema: Capitães de Areia - Dia 17 de outubro às 19h
Sinopse: Nos anos 1950, meninos que viviam nas ruas e praias de Salvador,
liderados por Pedro Bala, eram conhecidos como os Capitães da Areia.
Viviam de pequenos furtos e enfrentavam as dificuldades da rua,
defendendo-se com golpes de capoeira. História baseada no romance homônimo
de Jorge Amado. O elenco mirim é formado por garotos da comunidade de
Salvador, que passaram por mais de dois meses de preparação, sob a
responsabilidade do preparador de elenco Christian Duurvoort ("Ensaio
Sobre a Cegueira").
A direção é da neta do escritor, Cecília Amado, com roteiro do premiado
roteirista pernambucano Hilton Lacerda ("Baile Perfumado").
Classificação indicativa: 12 anos. Temática social.
(BA, 2010, 96min, cor, ficção, suporte DVD)

Musica: Experiência Cultural da Roda - Dia 20 de outubro às 15h
SINOPSE: Nesta roda de samba o Núcleo de Samba Cupinzeiro apresenta
composições próprias além de sambas de compositores já consagrados da
música popular brasileira. Através de novas interpretações e arranjos o
grupo busca sempre diálogos vivos com a tradição.
Classificação etaria: Livre; Tema: Samba tradicional; Tempo: 1:30h

TODA PROGRAMAÇÃO É GRATUÍTA

SERVIÇO:
Endereço: Teatro do SESI Campinas 2 - Santos Dumont – Avenida Ary
Rodriguez, 200, Bairro Bacuri
Local: Teatros e Cinemas - Teatro SESI Campinas Santos Dumont - CAC
Musica - Espaço da Lanchonete
Informações: (19) 3225-7580 ramal 236