quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Mets a mets

A terra caga
A terra faz xixi
Vulcões e cachoeiras.
É a lama, é a lava!
Palavras infantis,
Brincadeiras da velhice.

(Odair Marques da Silva, 04/1/2013)
Poema
Daqui e daí

De pum em pum
Enxofre e tsunamis.
Deliciosa maratona
de suores e vaidades.
Presentes da terra

(Odair Marques da Silva, 07/01/2013)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A escola necessita se “transalfabetizar”


por Clarinha Glock, da IPS Inter Press Service - 02/05/2013
 
A alfabetização de hoje implica saber o que é código, documento e atualidade, afirma Divina Frau-Meigs.
Porto Alegre, Brasil, 30/4/2013 – É necessário um novo contrato social na educação, que incorpore plenamente a informática e a concepção dos direitos humanos do século 21, afirmou em entrevista à IPS a doutora em meios de comunicação francesa Divina Frau-Meigs. Professora de estudos americanos e de sociologia da mídia na Universidade de Sorbonne Nouvelle Paris 3, Frau-Meigs afirma que professoras, professores e estudantes devem assumir plenamente a transalfabetização.
Trata-se de “saber ler, escrever, calcular e computar. Contudo, computar inclui entender estas três categorias de informação: código, documento e atualidade/imprensa”, afirmou Frau-Meigs, assessora do Conselho da Europa e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Em visita ao Brasil para participar de um seminário, a especialista conversou longamente com Clarinha Glock. A seguir um resumo da entrevista.
IPS: O que é a transalfabetização?
DIVINA FRAU-MEIGS: É saber ler, escrever, calcular e computar. Contudo, computar inclui entender estas três categorias de informação: código, documento e atualidade/imprensa. Deve-se capacitar alunos e docentes. O papel da escola é esclarecer e permitir às pessoas entender todo tipo de conteúdo, modificá-los e comentá-los.
IPS: Qual é o principal obstáculo?
DFM: Os estudantes acreditam que sabem tudo, a partir de sua perspectiva de lidar com computadores e tablets. E os professores dizem que se os alunos tiverem bons conhecimentos para ler e escrever é suficiente. É necessário romper essas resistências com sensibilização, em aulas práticas. Por exemplo: peço aos alunos que procurem toda informação que precisam para seus projetos. Eles respondem: “há milhões de dados, não sei por onde começar”. Ensinar a eliminar, avaliar, qualificar, assessorar, mudar, esse é o papel da escola. É uma maneira de aprender a aprender, que é o que devemos voltar a colocar no centro do projeto curricular.
IPS: Como aplicar estas propostas em países onde o pessoal docente ainda é mal remunerado?
DFM: Não estou certa de que se deva colocar o salário em primeiro lugar. Por isto falo da necessidade de estabelecer um novo contrato social. Devemos voltar a decidir que a escola importa, que a alfabetização importa e que hoje em dia é imprescindível a alfabetização eletrônica. Uma vez que estejamos de acordo sobre qual é nossa missão, aí sim poderemos discutir salários e condições dentro e fora da aula. A transalfabetização não ocorre somente na escola. Os ritmos escolares mudam, porque os alunos podem se conectar à noite, fora da sala do ambiente escolar. O papel do professor também será diferente. É preciso valorizar seu salário, mas sabendo o que requer para sua formação e as novas condições de horários, ritmos e recursos. A decisão deve ser compartida pelo por docentes, ministérios, sindicatos, empresas e estudantes, tal como um novo contrato social.
IPS: E como seria esse novo contrato social?
DFM: Desde o século 19, o contrato social tem sido de uma escola livre, pública – embora muitas sejam privadas – e secular. Deve-se incorporar a ela o caráter de “aberta” mediante a informática, que dá acesso a muitos conteúdos de outros países e culturas. Com a informática, as ideias podem ser desenvolvidas ao máximo. E, se a utilizarmos bem, poderá empoderar a todos. Também é necessário ampliar o contrato com a concepção dos direitos humanos que não existia no século 19. Em 1948, depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), nasceram os direitos humanos universais e a internet. As duas ferramentas – moral e técnica – nasceram ao mesmo tempo. É preciso tornar os jovens partícipes de um futuro positivo. Isto se faz com valores. Queremos ser pessoas criativas, expressivas, dignas, participativas, educadas. É isso o que motivará as pessoas a irem à escola e também a mudá-la. Construído o consenso, depois virá a discussão sobre salários e recursos.
IPS: E como está sendo implantado este novo contrato social na França?
DFM: O problema francês, como o de outros países, é a mudança de escala. Há experiências de tamanho pequeno que já funcionam em escolas. Mas um sistema laico, secular, público, aberto e livre tem de ser acessível a todos. Agora, em maio, teremos uma reunião em Lyon com funcionários dos ministérios. Devemos convencer os que tomam as decisões, porque se eles não nos acompanham, não promoveremos esta mudança.
IPS: Não se trata apenas de dotar as escolas de computadores…
DFM: Absolutamente, não. Inclusive em países pobres muitas pessoas têm um portátil. Os preços estão baixando, cada vez há mais aplicativos livres e abertos, pode-se baixar tudo, e quanto mais, melhor. Mas é preciso capacitar sobre transalfabetização para entender o desenho das plataformas, como editar seus conteúdos e utilizar o que existe, avaliá-lo, informá-lo e arquivá-lo. Para isto já temos pessoas formadas, invisíveis ao sistema, que são os bibliotecários. Eles se informatizaram há tempos. Na França, estamos capacitando-os para que também sejam formadores/educadores. A expressão oficial é “professor bibliotecário”: não são apenas ajudantes, podem mostrar às crianças a informação como código, como documento e como atualidade, algo que os professores em geral não fazem. Seu papel é saber buscar, questionar, fazer boas perguntas e depois, quando se obtém resultados, selecionar, guardar e agregar todas as ideias para fazer um documento próprio do aluno. Não estamos começando do zero. A Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias, com sede na Holanda, é forte e tem filiais em cada país.
IPS: Quais diretrizes a União Europeia emprega para regular os meios de comunicação?
DFM: A diretriz Televisão Sem Fronteiras foi revista e transformada em Serviços de Comunicação Audiovisual. As empresas europeias não podiam, por exemplo, fazer publicidade de produtos nos filmes. Protestavam porque estavam perdendo a batalha contra os norte-americanos, pois estes podiam. Isto foi concedido e também mais espaço para publicidade. Como contrapartida, decidimos incentivar os países a fazerem educação para a mídia. O Parlamento Europeu fez uma recomendação e as diretrizes estão em vigor desde 2010. A ideia está avançando, mas não recebeu mais recursos, então precisamos dividir o que existe para uma nova tarefa. O risco é que a educação para a mídia acabe sendo privatizada, porque a escola não pode fazê-la.
IPS: E o que é a Hollyweb?
DFM: A Hollyweb é uma associação entre os maiores produtores de mídia clássica e audiovisuais com os principais meios digitais, como Google, Disney, General Electric, Microsoft, Apple. Alguns estão se transformando em editores de conteúdos, têm escolas e penetram em outras. Já o faziam antes, mas, com as oportunidades de autopublicação e produção de conteúdos a baixo custo, aproveitam para vender seus serviços. É um sistema que está semiprivatizado. O problema não é os conteúdos serem bons ou maus, mas o princípio, a maneira de organizar sua distribuição na escola. Isto não é gratuito, tem um preço que devemos avaliar em termos de valores. Envolverde/IPS

Aconteceu debate sobre internet e sociedade!

Internet dá as cartas na sociedade contemporânea
Nesta sexta (17), o encontro será com Gilson Schwartz, economista da USP e blogueiro da Exame
O que diria o velho guerreiro Chacrinha, nos dias de hoje, diante da avalanche da internet invadindo o cotidiano do planeta?A máxima “quem não se comunica, se trumbica” com certeza já teria caído no anacronismo. Para refletir e discutir sobre a influência da internet no nosso cotidiano, o Café Filosófico CPFL dedicará, em maio, quatro encontros, sempre às sextas-feiras, a partir das 19h, com transmissão online pelo sitewww.cpflcultura.com.br/aovivo com participação dos internautas pelo chat. A curadoria é de Bernardo Sorj, diretor do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais e professor titular de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A internet penetra em praticamente todas as esferas da sociedade, pois afeta uma atividade fundamental para se viver: comunicação. “Ela se faz presente nas relações pessoais, familiares, na educação, na cultura, na economia ou na política, permitindo a comunicação e a transmissão de imagens e informação em termo real, eliminando a barreira do espaço, e colocando à disposição do internauta o acervo de praticamente todo o conhecimento humano”, pontua Sorj.
 Para ele, a internet mudou radicalmente nosso cotidiano, colocando novos desafios à imaginação social e política. “Como potencializar seus benefícios e amenizar seus malefícios?”, indaga. As pistas estarão na série.   
Quem é quem
Pollyana Notargiacomo Mustaro, pedagoga, mestre e doutora pela USP, atualmente é professora na Graduação e Pós-Graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Desenvolve pesquisas e trabalhos, há mais de 20 anos, na área de tecnologia educacional. Suas atividades voltam-se principalmente para Design Instrucional, EaD, Jogos Digitais, Redes/Mídias Sociais e Objetos de Aprendizagem.
José Marcelo Zacchi é pesquisador-associado do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS). Foi diretor do Instituto Pereira Passos / IPP-Rio e fundador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, do site Overmundo e do Instituto Sou da Paz.
Gilson Schwartz é economista, sociólogo, jornalista e professor da ECA-USP. É colunista da revista Proxxima e blogueiro da Exame.
Bernardo Sorj é diretor do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais e professor titular de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.  Foi professor visitante em varias universidades europeias e dos Estados Unidos.   Autor de 27 livros publicados em várias línguas, sobre o impacto das novas tecnologias, teoria social, América Latina e democracia.
Agende-se
03/05 (sexta), 19h
Internet e Educação. Com Pollyana Mustaro
10/05 (sexta), 19h
Internet e Política - Cidadania digital: internet como espaço publico. Com José Marcelo Zacchi
17/05 (sexta), 19h
Internet e Economia. Com Gilson Schwartz
24/05 (sexta), 19h
Internet e vida cotidiana. Com Bernardo Sorj
Serviço
Café Filosófico CPFL
Série: Como a internet está mudando nossas vidas?
Curadoria: Bernardo Sorj
Local: CPFL Cultura (Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas. SP)
Entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h. Informações: CPFL Cultura (19) 3756-8000 ou em www.cpflcultura.com.br
Assessoria de Imprensa
Maria Claudia Miguel (Cacau)
Telefone (19) 7808.3547

FSP sobre mobilizações e redes sociais

Veja esta noticia: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/112107-nao-basta-um-manifesto-nas-redes-sociais-para-mobilizar-as-pessoas.shtml
CEDAP CONTRATA:

O Projeto Ateliê Escola Convivência e Arte tem como objetivo inserir socialmente adolescentes egressos do sistema de medidas socioeducativas de Campinas, através das atividades de arte educação e socioeducativas, e busca fortalecer adolescentes e suas famílias no acesso á rede de proteção.

EDUCADOR SOCIAL: 30 horas (período da tarde), CLT, vale transporte, com experiência em trabalho com adolescentes, grupos e arte educação.

Principais atribuições: planejamento e execução de atividades de arte educação e socioeducativa, elaboração de relatório, participação em reuniões institucionais.

Interessados enviar currículo até dia 10 de Janeiro de 2014.

Telefone: 3231-5644 e-mail : atelieescola@cedap.org.br

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Identidade e diferença

Respeitar a diferença não pode seignificar "deixar que o outro seja como eu sou" ou"deixar que o outro seja diferente de mim tal como eu sou diferente (do outro)",
mas deixar que o outro seja como eu não sou, deixar que ele seja esse outro que não pode ser eu, que eu não posso ser, que não pode ser um (outro) eu;
significa deixar que o outro seja diferente, deixar ser uma diferença que não seja, em absoluto, diferença entre duas identidades,
mas diferença da identidade, deixar ser uma outridade que não é outra
"relativamente a mim" ou "relativamente ao mesmo", mas que é absolutamente diferente, sem relação alguma com a identidade ou com a mesmidade (Pardo, 1996: 154).
Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Tomaz T. da Silva (org). Editora Vozes. 2012.

Alunos de SP criam aplicativo para celular sobre a ditadura militar no país



Parabéns aos alunos e, principalmente, à professora de História que dencarou dar o impulso inicial mesmo sem qualquer experiência prévia em criação de apps, e encontrou uma ferramenta que permitiu aos estudantes realizar o processo.
Via g1.globo.com:
Um grupo de 43 alunos do nono ano do ensino fundamental de um colégio particular de São Paulo criou um aplicativo sobre a ditadura militar no Brasil. O resultado, disponível para download em tablets e celulares com sistemas operacionais Android e iOS, foi divulgado na semana passada. De acordo com a professora de história do Colégio I. L. Peretz, Melanie Grun, o aplicativo faz parte de um projeto interdisciplinar feito durante boa parte do segundo semestre letivo deste ano, que envolveu as matérias de história, português, geografia e artes.
"A gente até tem outros projetos interdisciplinares com tecnologia, mas esse acho que foi o mais completo por ter tantas matérias que acabaram participando", explicou Melanie ao G1.
A ideia de usar a tecnologia dos smartphones no projeto teve como objetivo aproximar os alunos, que hoje têm entre 13 e 14 anos e nasceram no ano 2000, de um tema distante da realidade deles –a ditadura militar– usando uma ferramenta do cotidiano deles. "Tem muito a ver com a idade deles, de 13 a 14 anos, foi uma ferramenta que acabou estimulando muito", disse ela.
 
fonte:  http://br-linux.org/2013/01/alunos-de-sp-criam-aplicativo-para-celular-sobre-a-ditadura-militar-no-pais.html

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A web abissal e o ativismo digital

Quarta-feira, 16 de Outubro de 2013 | ISSN 1519-7670 - Ano 17 - nº 768

 

Por Sergio da Motta e Albuquerque em 15/10/2013 na edição 768



O Facebook não é uma plataforma segura para o ativismo na web. Muito pelo contrário: a rede é conhecida por sua insistência em invadir a privacidade alheia e distribuir dados de usuários a empresas e agentes da lei. Por isso muitos ciberativistas têm recorrido à Deep Web, a web profunda. Nas redes sociais brasileiras, agora que os governos estaduais partiram para a ação dentro delas, já estão presentes menções a uma possível fuga para as profundezas da web invisível.
A web profunda é composta por todos os sites não indexados em motores de busca. Ela não é outra rede, faz parte da web, mas não é visível aos olhos de quem navega em condições convencionais. A Deep Web é totalmente criptografada e seus links parecem tudo menos uma ligação a outro site. O Portal da EBC (28/8) publicou uma boa explicação sobre o que é e como funciona a web profunda.
Cada vez que um usuário entra na web, seu provedor de acesso atribui-lhe um número. É o seu IP (“internet protocol”, protocolo de internet). Esse número funciona como um CEP. Ele mostra sua localização. O provedor de acesso então procura a equivalência entre o seu número de IP e o nome do site correspondente que foi solicitado e entrega a página ao utente. Mas tudo isso é rastreado em detalhes: tudo o que foi indexado pelos motores de buscas e tem permissão de ser acessado é revelado aos buscadores da web. Tudo o que não consta nas buscas e não pode ser identificado por DNS é parte da Deep Web, explicou o portal.
Liberdade de expressão e copyright
A web mais profunda não é como muitos pensam, um ambiente onde prevalece o mal e o crime. É verdade que lá se encontra tudo de ruim que existe entre os homens. E tudo de bom, também. Universidades, centros de pesquisa e até mesmo editores de jornais conhecidos trabalham nas profundezas da web por necessidade de serviço: eles querem conversar entre eles sem serem monitorados. E têm todo o direito.
Para navegar nas regiões abissais da web é necessário equipamento (programas) para deixar o internauta “invisível” na rede. E isso não é possível de forma completa em nenhum nos dois sistemas de navegação “anônima” disponíveis: o Tor e a Freenet. O Tor é o mais antigo e também o mais perigoso. Foi criado em 1996 pela Marinha americana e vem sendo mantido por entidades privadas, doações de usuários e entidades institucionais. A revista Ars Tehcnica (4/8) publicou uma reportagem que explica como um usuário criminoso foi localizado e preso na Irlanda por meio de um dispositivo virtual escrito em java script que foi implantado lá sem que ninguém notasse.
O Tor é uma rede centralizada, e para acessá-la o internauta deverá usar um proxy – um servidor intermediário que passa adiante a outro servidor tudo o que o internauta lhe pede. Mas o fato da rede ter um centro e aceitar o java script a torna vulnerável. O script é o maior delator de presenças que desejariam estar encobertas na rede.
A Freenet é uma iniciativa mais recente e menos perigosa. Mas ainda oferece perigos. Até 2010 o projeto recebeu colaboração do Laboratório de Pesquisa Naval da Marinha americana. Ninguém sabe exatamente como se deu e qual foi o conteúdo desta colaboração, por isso todo cuidado é pouco. O projeto nasceu no ano 2000 da imaginação de Ian Clarke, cientista irlandês com bacharelado em inteligência artificial, ativista da liberdade de expressão e inimigo dos direitos de cópia (copyright) nos Estados Unidos. Clarke afirma em uma página do site do projeto que a liberdade do fluxo de informações está em franca contradição com os direitos de copyright:
“Está claro que muito da publicidade da Freenet está centrada ao redor da questão do direito decopyright, então falarei brevemente sobre isso. O centro do problema com o copyright é que sua aplicação requer a monitorização das comunicações, e você não pode garantir a liberdade de expressão se alguém está a monitorar tudo o que você diz. Isso é importante, a maioria das pessoas não consegue ver ou abordar este ponto quando debatem a questão do copyright, então deixe-me tornar tudo claro: você não pode garantir liberdade de expressão e aplicar lei de copyright.”
Privacidade aumentada
O leitor (ou leitora) talvez tenha notado que eu não traduzi copyright como “direito do autor”. São coisas diferentes: o direito europeu continental procura defender o autor da obra. A lei norte-americana trata apenas do direito da reprodução da obra. A tradução aqui tem que ser literal: copyright significa direito de cópia. Clarke não contesta o poder legítimo dos autores, mas os daqueles que imaginam deter os diretos de reprodução de obras e produções intelectuais.
A Freenet é a rede ideal para ativistas da web. É uma mistura de rede P2P e computação distribuída, onde os usuários emprestam largura de banda e um pedaço mínimo de seu disco rígido para acumular informação relevante, que é imediatamente apagada depois que dados mais importantes chegam. A rede não tem centro, é horizontal e através dela pode-se compartilhar arquivos, páginas, música e tudo o que trafega na web rasa e na profunda também. Sua interface não aceita java script por padrão e roda dentro do navegador Google Chrome em modo anônimo. É uma rede contida em si mesma que tem uma filosofia compatível com o ativismo cibernético e a defesa radical da liberdade de expressão.
O Departamento de Engenharia Eletrônica e de Computação da UFRJ tem publicado na web um estudo muito bom sobre a Freenet e sua arquitetura. De forma simplificada, a Freenet junta o poder de vários computadores e apresenta-se como uma unidade que na realidade não existe: são centenas ou milhares de máquinas operando em conjunto para aumentar o poder de computação. A rede é organizada por nós “que se consultam para armazenar ou fornecer arquivos de dados”, e cada nó (que nesta rede pode ser um cliente, um servidor ou usuário) tem privacidade aumentada porque “possui apenas conhecimento de seus nós vizinhos, para manter a privacidade”.
Direito à privacidade
A Freenet é mais segura porque é uma rede fechada em si mesma e nunca expõe o IP do internauta. Ela é uma rede P2P com a segurança reforçada. Que pode acessar conteúdos das regiões abissais da web com muito menos riscos que o Tor. Mesmo assim, ainda há brechas para invasões na rede. A web, rasa ou funda, é uma rede aberta e a segurança dos sistemas, servidores e usuários está sempre em questão. Mesmo em suas regiões mais profundas, onde tudo é criptografado e os internautas só se comunicam com seus pares dentro de uma rede fechada através de links diretos, não há garantias de anonimidade completa. Alguém sempre pode infiltrar-se lá dentro e plantar um identificador oculto que leve informação de volta a olhos errados.
Existe uma tendência em parte da imprensa em demonizar projetos como a da Freenet e programas como o Tor. “São facilitadores de pornografia infantil, terrorismo e crime”, acusam. Não podemos negar isso nem esquecer o outro lado da moeda: nos dias de hoje governos das potências hegemônicas (e mesmo alguns pequenos poderes atrevidos, como o Canadá) rotineiramente espionam seus parceiros, inimigos e pessoas consideradas suspeitas por elas. Exigem o anonimato para espionar países e pessoas, mas negam ao cidadão o direito à privacidade de exercer seu direito de comunicar-se com seus iguais sem a interferência de observadores ocultos. Já passou a hora de acabarmos com o abuso.
***
Sergio da Motta e Albuquerque é mestre em Planejamento urbano, consultor e tradutor

Felicidade Sustentável

A Rede Nossa São Paulo desenvolveu o Irbem (Indicadores de
Referência de Bem-Estar nos Municípios) para avaliar a qualidade
de vida nas cidades. Para montar os indicadores, a perguntou-se
aos habitantes quais seriam os itens importantes para sua
qualidade de vida.

A maioria respondeu que a felicidade é ter uma boa, carinhosa e fraterna
convivência com a família, os amigos e a comunidade; uma relação amorosa
saudável; equilíbrio entre trabalho e vida pessoal; acesso a educação e
transporte público de qualidade; proximidade da natureza; frequentar
cinema, espetáculos, teatros e museus; hospital e posto de saúde perto de
casa; melhor convivência com animais; vida espiritual rica; prática de
atividades físicas; ações comunitárias e a chance de viver numa sociedade
solidária e segura (veja a pesquisa completa em
www.nossasaopaulo.org.br>).

É claro que condições materiais razoáveis de vida são importantes, e é
fundamental que as políticas públicas objetivem proporcionar essa
realidade para todos. Mas centrar a felicidade no consumo e no acúmulo de
bens é insustentável.

Ao olhar todos os apelos que hoje relacionam consumo à felicidade, é de se
perguntar: como fizeram antigas gerações, antes de todas essas invenções,
para serem felizes? Como fazem as pessoas sem carros ou sem últimos
modelos para serem felizes? Por que muitas pessoas que têm todos esses
bens são infelizes?

Em vez de promovermos investimentos e empregos em atividades artísticas,
culturais e educacionais que favoreçam a saúde e o bem-estar, apoiem
idosos, pessoas com deficiência, crianças e populações menos favorecidas,
priorizem o transporte público de qualidade, preservem a natureza e
apostem na pesquisa médica e no desenvolvimento de energias sustentáveis,
concentramos nossos esforços em produzir bens de consumo que rapidamente
tornamos obsoletos para podermos, enfim, consumir suas novas versões.

Só teremos um modelo de desenvolvimento sustentável que preserve o
planeta, reduza a desigualdade e promova a paz, a solidariedade e a
qualidade de vida das pessoas e das futuras gerações se houver uma ampla
reflexão pessoal e coletiva sobre a felicidade, sobre o que realmente
precisamos para sermos felizes. E se essa reflexão pautar a vida das
pessoas, empresas, instituições e governos.

* Oded Grajew é coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo e presidente
emérito do Instituto Ethos.

Texto publicado originalmente no jornal Folha de S.Paulo, em 20 de
novembro de 2013.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Autobiografia

"Para os seres humanos, como seres da práxis, transformar o mundo, processo em que se transformam também, significa impregná-lo de sua presença criadora, deixando nele as marcas de seu trabalho.

A criticidade e as finalidades que se acham nas relações entre os seres humanos e o mundo implicam em que estas relações se dão com um espaço que não é apenas físico, mas histórico e cultural.

Para os seres humanos, o aqui e o ali envolvem sempre um agora, um antes e um depois.

Desta forma, as relações entre os seres humanos e o mundo são em si históricas, como históricos são os seres humanos, que não apenas fazem a história em que se fazem mas, consequentemente, contam a história deste mútuo fazer.

A "hominização" - Chardin - no processo da evulução, anuncia o ser autobiográfico." (p.81)


Paulo Freire, Ação Cultural para a Liberdade. 2006.

O que é significação?

"Ou, antes, para abordar o problema de um ponto de vista mais operacional, em que consiste o ato de atribuir sentido?
A operação elementar da atividade interpretativa é a associação; dar sentido a um texto é o mesmo que ligá-lo conectá-lo a outros textos, e portanto é o mesmo que construir um hipertexto.

É sabido que pessoas diferentes irão atribuir sentidos por vezes opostos a uma mensagem idêntica. Isto porque, se por um lado o texto é o mesmo  para cada um, por outro o hipertexto pode diferir completamente. O que conta é a rede de relações pela qual a mensagem será capturada, a rede semiótica que interpretante usará para captá-la." (72, Lévy, 1993. As tecnologias da ciência)


"Trabalhar, viver, conversar fraternalmente com outros seres, cruzar um pouco por sua história, isto significa, entre outras coisas, construir uma bagagem de referências e associações comuns, uma rede hipertextual unificada, um contexto compartilhado, capar de diminuir riscos de incompreensão."
 (p. 72-73)


o processo de alfabetização de adultos como ação cultural para a libertação

" Aprender a ler e escrever se faz assim uma oportunidade para que mulheres e homens percebam o que realmente significa dizer a palavra: um comportamento humano que envolve ação e reflexão.

Dizer a palavra, em um sentido verdadeiro, é o direito de expressar-se e expressar o mundo, de criar e recriar, de decidir, de optar. Como tal, não é privilégio de uns poucos com que silenciam as maiorias.

É exatamente por isto que, numa sociedade de classes, seja fundamental à classe dominante estimular o que vimos chamando de cultura do silêncio, em que as classes dominadas se acham semimudas ou mudas, proibidas de expressar-se autenticamente, proibidas de ser. "

(p.59, Paulo Freire, 2006). (Ação Cultural para a Liberdade)

semântica

Linguística. Que tem por objeto o estudo da relação dos signos com aquilo que eles significam, numa língua dada, i.e., estudo das palavras no que respeita a seus significados.

Sinônimo de semântica: semiologia


"Quando ouço uma palavra, isto ativa imediatamente em minha mente uma rede de outras palavras, de conceitos, de modelos, mas também de imagens, sons, odores, sensações proprioceptivas, lembranças, afetos, etc." Lévi, 1993, 23)

"Isabela come uma maça por suas vitaminas"
"maça da discórdia"
"maça de Newton"

as imagens e modelos mentais são diferentes.

"cada palavra contribui para produzir um contexto, ou seja, uma configuração semântica reticular que, quando nos concentramos nela, se mostra composta de imagens, de modelos, de lembranças, de sensações, de conceitos e de pedaços de discurso." (p.24)

"Não somente cada palavra transforma pela ativação que propaga ao longo de certas vias, o estado de excitação da rede semântica, mas também contribui para construir ou remodelar a própria topologia da rede ou a composição de seus nós." (24)

Em questão a cultura, a leitura, as experiências de vida!

Neutralidade

Livro: Ação Cultural para a Liberdade e outros escritos. Paulo Freire. 9a Ed. 2006.

"Na estrutura social, enquanto dialetização entre a infra e supra-estrutura, não há permanência da permanência nem mudança da mudança, mas o empenho de sua preservação em contradição com o esforço por sua transformação.
Dai que não possa ser o trabalhador social, como educador que é, um técnico friamente neutro.
Silenciar sua opção, escondê-la no emaranhado de suas técnicas ou disfarçá-la com a proclamação de sua neutralidade não significa na verdade ser neutro mas, ao contrário, trabalhar pela preservação do "status quo"." (p.45)

A metáfora do Hipertexto

Livro: As tecnologias da Inteligância: O futuro do Pensamento na Era da Informática. 1993. Pierre Lévy.

"Seria a transmissão de informações a primeira função da comunicação?
Decerto que sim, mas em um nível mais fundamental o ato de comunicação define a situação que vai dar sentido às mensagens trocadas.
A circulação de informações é, muitas vezes, apenas um pretexto para a confirmação recíproca do estado de uma relação.
Quando, por exemplo, conversamos sobre o tempo com um comerciante de nosso bairro, não aprendemos absolutamente nada de novo sobre a chuva ou o sol, mas confirmamos um ao outro que mantemos boas relações, e que ao mesmo tempo nossa intimidade não ultrapassou um certo grau, já que falamos de assuntos anódinos etc." (p.21)

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Exposição no MEC em Brasília- DF

Artista Elvis da Silva que atua na RMC (Região Metropolitana de Campinas), faz uma homenagem nacional a Semana da Consciência Negra, com sua exposição sobre a lei 10.639/2003 e a lei 11.645/2008.
É a primeira exposição do gênero no MEC.
Clique no link abaixo:

Consciência negra: Artista homenageia personagens identificados com a causa racial

A programação organizada pelo Ministério da Educação para comemorar a Semana da #ConsciênciaNegra teve início nesta segunda-feira, 18, com a exposição A Nov...a Identidade Brasileira: a arte contemplando a lei nº 10.639/2003 e a lei nº 11.645/2008, do artista plástico Elvis da Silva. A secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Macaé Evaristo, prestigiou o evento.

Acesse: http://goo.gl/GnTMJb

 

sábado, 16 de novembro de 2013

Antonio Candido indica 10 livros para conhecer o Brasil

 

13.05.17_Antonio Candido_10 livros para conhecer o BrasilPor Antonio Candido.*
Quando nos pedem para indicar um número muito limitado de livros importantes para conhecer o Brasil, oscilamos entre dois extremos possíveis: de um lado, tentar uma lista dos melhores, os que no consenso geral se situam acima dos demais; de outro lado, indicar os que nos agradam e, por isso, dependem sobretudo do nosso arbítrio e das nossas limitações. Ficarei mais perto da segunda hipótese.
Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos.
Por isso, é sempre complicado propor listas reduzidas de leituras fundamentais. Na elaboração da que vou sugerir (a pedido) adotei um critério simples: já que é impossível enumerar todos os livros importantes no caso, e já que as avaliações variam muito, indicarei alguns que abordam pontos a meu ver fundamentais, segundo o meu limitado ângulo de visão. Imagino que esses pontos fundamentais correspondem à curiosidade de um jovem que pretende adquirir boa informação a fim de poder fazer reflexões pertinentes, mas sabendo que se trata de amostra e que, portanto, muita coisa boa fica de fora.
São fundamentais tópicos como os seguintes: os europeus que fundaram o Brasil; os povos que encontraram aqui; os escravos importados sobre os quais recaiu o peso maior do trabalho; o tipo de sociedade que se organizou nos séculos de formação; a natureza da independência que nos separou da metrópole; o funcionamento do regime estabelecido pela independência; o isolamento de muitas populações, geralmente mestiças; o funcionamento da oligarquia republicana; a natureza da burguesia que domina o país. É claro que estes tópicos não esgotam a matéria, e basta enunciar um deles para ver surgirem ao seu lado muitos outros. Mas penso que, tomados no conjunto, servem para dar uma ideia básica.
Entre parênteses: desobedeço o limite de dez obras que me foi proposto para incluir de contrabando mais uma, porque acho indispensável uma introdução geral, que não se concentre em nenhum dos tópicos enumerados acima, mas abranja em síntese todos eles, ou quase. E como introdução geral não vejo nenhum melhor do que O povo brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro, livro trepidante, cheio de ideias originais, que esclarece num estilo movimentado e atraente o objetivo expresso no subtítulo: “A formação e o sentido do Brasil”.
Quanto à caracterização do português, parece-me adequado o clássico Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, análise inspirada e profunda do que se poderia chamar a natureza do brasileiro e da sociedade brasileira a partir da herança portuguesa, indo desde o traçado das cidades e a atitude em face do trabalho até a organização política e o modo de ser. Nele, temos um estudo de transfusão social e cultural, mostrando como o colonizador esteve presente em nosso destino e não esquecendo a transformação que fez do Brasil contemporâneo uma realidade não mais luso-brasileira, mas, como diz ele, “americana”.
Em relação às populações autóctones, ponho de lado qualquer clássico para indicar uma obra recente que me parece exemplar como concepção e execução: História dos índios do Brasil (1992), organizada por Manuela Carneiro da Cunha e redigida por numerosos especialistas, que nos iniciam no passado remoto por meio da arqueologia, discriminam os grupos linguísticos, mostram o índio ao longo da sua história e em nossos dias, resultando uma introdução sólida e abrangente.
Seria bom se houvesse obra semelhante sobre o negro, e espero que ela apareça quanto antes. Os estudos específicos sobre ele começaram pela etnografia e o folclore, o que é importante, mas limitado. Surgiram depois estudos de valor sobre a escravidão e seus vários aspectos, e só mais recentemente se vem destacando algo essencial: o estudo do negro como agente ativo do processo histórico, inclusive do ângulo da resistência e da rebeldia, ignorado quase sempre pela historiografia tradicional. Nesse tópico resisto à tentação de indicar o clássico O abolicionismo (1883), de Joaquim Nabuco, e deixo de lado alguns estudos contemporâneos, para ficar com a síntese penetrante e clara de Kátia de Queirós Mattoso, Ser escravo no Brasil (1982), publicado originariamente em francês. Feito para público estrangeiro, é uma excelente visão geral desprovida de aparato erudito, que começa pela raiz africana, passa à escravização e ao tráfico para terminar pelas reações do escravo, desde as tentativas de alforria até a fuga e a rebelião. Naturalmente valeria a pena acrescentar estudos mais especializados, como A escravidão africana no Brasil (1949), de Maurício Goulart ou A integração do negro na sociedade de classes (1964), de Florestan Fernandes, que estuda em profundidade a exclusão social e econômica do antigo escravo depois da Abolição, o que constitui um dos maiores dramas da história brasileira e um fator permanente de desequilíbrio em nossa sociedade.
Esses três elementos formadores (português, índio, negro) aparecem inter-relacionados em obras que abordam o tópico seguinte, isto é, quais foram as características da sociedade que eles constituíram no Brasil, sob a liderança absoluta do português. A primeira que indicarei é Casa grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre. O tempo passou (quase setenta anos), as críticas se acumularam, as pesquisas se renovaram e este livro continua vivíssimo, com os seus golpes de gênio e a sua escrita admirável – livre, sem vínculos acadêmicos, inspirada como a de um romance de alto voo. Verdadeiro acontecimento na história da cultura brasileira, ele veio revolucionar a visão predominante, completando a noção de raça (que vinha norteando até então os estudos sobre a nossa sociedade) pela de cultura; mostrando o papel do negro no tecido mais íntimo da vida familiar e do caráter do brasileiro; dissecando o relacionamento das três raças e dando ao fato da mestiçagem uma significação inédita. Cheio de pontos de vista originais, sugeriu entre outras coisas que o Brasil é uma espécie de prefiguração do mundo futuro, que será marcado pela fusão inevitável de raças e culturas.
Sobre o mesmo tópico (a sociedade colonial fundadora) é preciso ler também Formação do Brasil contemporâneo, Colônia (1942), de Caio Prado Júnior, que focaliza a realidade de um ângulo mais econômico do que cultural. É admirável, neste outro clássico, o estudo da expansão demográfica que foi configurando o perfil do território – estudo feito com percepção de geógrafo, que serve de base física para a análise das atividades econômicas (regidas pelo fornecimento de gêneros requeridos pela Europa), sobre as quais Caio Prado Júnior engasta a organização política e social, com articulação muito coerente, que privilegia a dimensão material.
Caracterizada a sociedade colonial, o tema imediato é a independência política, que leva a pensar em dois livros de Oliveira Lima: D. João VI no Brasil (1909) e O movimento da Independência (1922), sendo que o primeiro é das maiores obras da nossa historiografia. No entanto, prefiro indicar um outro, aparentemente fora do assunto: A América Latina, Males de origem (1905), de Manuel Bonfim. Nele a independência é de fato o eixo, porque, depois de analisar a brutalidade das classes dominantes, parasitas do trabalho escravo, mostra como elas promoveram a separação política para conservar as coisas como eram e prolongar o seu domínio. Daí (é a maior contribuição do livro) decorre o conservadorismo, marca da política e do pensamento brasileiro, que se multiplica insidiosamente de várias formas e impede a marcha da justiça social. Manuel Bonfim não tinha a envergadura de Oliveira Lima, monarquista e conservador, mas tinha pendores socialistas que lhe permitiram desmascarar o panorama da desigualdade e da opressão no Brasil (e em toda a América Latina).
Instalada a monarquia pelos conservadores, desdobra-se o período imperial, que faz pensar no grande clássico de Joaquim Nabuco: Um estadista do Império (1897). No entanto, este livro gira demais em torno de um só personagem, o pai do autor, de maneira que prefiro indicar outro que tem inclusive a vantagem de traçar o caminho que levou à mudança de regime: Do Império à República (1972), de Sérgio Buarque de Holanda, volume que faz parte da História geral da civilização brasileira, dirigida por ele. Abrangendo a fase 1868-1889, expõe o funcionamento da administração e da vida política, com os dilemas do poder e a natureza peculiar do parlamentarismo brasileiro, regido pela figura-chave de Pedro II.
A seguir, abre-se ante o leitor o período republicano, que tem sido estudado sob diversos aspectos, tornando mais difícil a escolha restrita. Mas penso que três livros são importantes no caso, inclusive como ponto de partida para alargar as leituras.
Um tópico de grande relevo é o isolamento geográfico e cultural que segregava boa parte das populações sertanejas, separando-as da civilização urbana ao ponto de se poder falar em “dois Brasis”, quase alheios um ao outro. As consequências podiam ser dramáticas, traduzindo-se em exclusão econômico-social, com agravamento da miséria, podendo gerar a violência e o conflito. O estudo dessa situação lamentável foi feito a propósito do extermínio do arraial de Canudos por Euclides da Cunha n’Os sertões (1902), livro que se impôs desde a publicação e revelou ao homem das cidades um Brasil desconhecido, que Euclides tornou presente à consciência do leitor graças à ênfase do seu estilo e à imaginação ardente com que acentuou os traços da realidade, lendo-a, por assim dizer, na craveira da tragédia. Misturando observação e indignação social, ele deu um exemplo duradouro de estudo que não evita as avaliações morais e abre caminho para as reivindicações políticas.
Da Proclamação da República até 1930 nas zonas adiantadas, e praticamente até hoje em algumas mais distantes, reinou a oligarquia dos proprietários rurais, assentada sobre a manipulação da política municipal de acordo com as diretrizes de um governo feito para atender aos seus interesses. A velha hipertrofia da ordem privada, de origem colonial, pesava sobre a esfera do interesse coletivo, definindo uma sociedade de privilégio e favor que tinha expressão nítida na atuação dos chefes políticos locais, os “coronéis”. Um livro que se recomenda por estudar esse estado de coisas (inclusive analisando o lado positivo da atuação dos líderes municipais, à luz do que era possível no estado do país) é Coronelismo, enxada e voto (1949), de Vitor Nunes Leal, análise e interpretação muito segura dos mecanismos políticos da chamada República Velha (1889-1930).
O último tópico é decisivo para nós, hoje em dia, porque se refere à modernização do Brasil, mediante a transferência de liderança da oligarquia de base rural para a burguesia de base industrial, o que corresponde à industrialização e tem como eixo a Revolução de 1930. A partir desta viu-se o operariado assumir a iniciativa política em ritmo cada vez mais intenso (embora tutelado em grande parte pelo governo) e o empresário vir a primeiro plano, mas de modo especial, porque a sua ação se misturou à mentalidade e às práticas da oligarquia. A bibliografia a respeito é vasta e engloba o problema do populismo como mecanismo de ajustamento entre arcaísmo e modernidade. Mas já que é preciso fazer uma escolha, opto pelo livro fundamental de Florestan Fernandes, A revolução burguesa no Brasil (1974). É uma obra de escrita densa e raciocínio cerrado, construída sobre o cruzamento da dimensão histórica com os tipos sociais, para caracterizar uma nova modalidade de liderança econômica e política.
Chegando aqui, verifico que essas sugestões sofrem a limitação das minhas limitações. E verifico, sobretudo, a ausência grave de um tópico: o imigrante. De fato, dei atenção aos três elementos formadores (português, índio, negro), mas não mencionei esse grande elemento transformador, responsável em grande parte pela inflexão que Sérgio Buarque de Holanda denominou “americana” da nossa história contemporânea. Mas não conheço obra geral sobre o assunto, se é que existe, e não as há sobre todos os contingentes. Seria possível mencionar, quanto a dois deles, A aculturação dos alemães no Brasil (1946), de Emílio Willems; Italianos no Brasil (1959), de Franco Cenni, ou Do outro lado do Atlântico (1989), de Ângelo Trento – mas isso ultrapassaria o limite que me foi dado.
No fim de tudo, fica o remorso, não apenas por ter excluído entre os autores do passado Oliveira Viana, Alcântara Machado, Fernando de Azevedo, Nestor Duarte e outros, mas também por não ter podido mencionar gente mais nova, como Raimundo Faoro, Celso Furtado, Fernando Novais, José Murilo de Carvalho, Evaldo Cabral de Melo etc. etc. etc. etc.
* Artigo publicado na edição 41 da revista Teoria e Debate – em 30/09/2000
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Antonio Candido é sociólogo, crítico literário e ensaísta.
 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Brinquedoteca do CIS-Guanabara inaugura com projeto da Emdec

 
fonte:http://www.emdec.com.br/eficiente/sites/portalemdec/pt-br/site.php?secao=noticiasgerais&pub=8254










Autor: GILSON REI
Com o projeto "A Gente Aprende, Agente Ensina", a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) participou nesta terça-feira, 12 de novembro, da inauguração da Brinquedoteca do Centro de Inclusão Social Guanabara (CIS-Guanabara), gerenciado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na antiga Estação Guanabara.

Aproximadamente 30 crianças da ONG Casa da Sopa do Jardim Ouro Verde participaram da aula da Emdec e da inauguração, que contou também com apresentação teatral e com a presença de um palhaço no evento.

O projeto da Emdec foi apresentado às crianças antes da inauguração. Nesta ação educativa, os agentes da Mobilidade Urbana da Emdec visitam escolas e instituições correlatas para passar orientações sobre cidadania, educação e segurança no trânsito.

O menino João Pedro Henrique Alves Silva, de 10 anos, participou de tudo e ficou animado, tanto com a aula dada pelo agente da Emdec sobre trânsito, como da brinquedoteca inaugurada. “Gostei de ter aprendido sobre a travessia de pedestres e das regras de trânsito, principalmente para poder andar de bicicleta com freios e pneus em dia para evitar acidente”, afirmou o garoto. “Na brinquedoteca, gostei mais dos livros e dos jogos”, disse.

A garota Julia Stefany Gonçalves, 12 anos, afirmou que a apresentação da Emdec foi importante. “As crianças aprendem como se portar nas ruas, quais as regras do trânsito e como elas devem agir para empinar pipas e usar as bicicletas”, disse. “Na brinquedoteca gostei de tudo, desde as bonecas e fantoches até as bolas, jogos e livros. Muito bacana”, comentou

Samuel Bovi de Lima, de 8 anos, gostou das orientações sobre a brincadeira de empinar pipas com segurança. “O uso de cerol pode até matar uma pessoa e muitas crianças não sabem disso”, afirmou. “Na brinquedoteca tem tudo de bom. Vou voltar com meus amigos”, disse.

Agente Ensina
O "A Gente Aprende, Agente Ensina" é parte da campanha permanente Preferência pela Vida da Emdec, que inclui diversos projetos de educação no trânsito. Além das palestras e dos ensinamentos, muitos estudantes já receberam folhetos com os valores trabalhados neste processo: Responsabilidade, Consciência, Diálogo, Respeito Mútuo e Solidariedade.

O projeto existe desde 2007. Além de qualificar a circulação de pais e alunos, valoriza o agente em seu papel educativo e de pronto atendimento ao cidadão.



Para receber a atividade em sua escola, contate a Gerência de Educação e Cidadania da Emdec, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, pelo telefone (19) 3772-4078.

CIS-Guanabara
O CIS-Guanabara é um Centro Cultural de Inclusão e Integração Social criado, vinculado e mantido pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) da Unicamp. Trata-se de um espaço público tombado como patrimônio histórico e cultural da cidade de Campinas, posto sob cuidados da Universidade.

O CIS Guanabara é composto pelo conjunto arquitetônico recuperado da antiga Estação Guanabara. O Espaço CIS-Guanabara destina-se a proporcionar adequadas condições de desenvolvimento de projetos de educação, cultura e lazer para o público da comunidade de Campinas e Região Metropolitana.

SERVIÇO
A brinquedoteca do CIS-Guanabara fica na Rua Mário Siqueira, 829, Jardim Guanabara, e estará aberta à população de Campinas e região no horário das 9h às 11h e das 14h às 16h30, de terça a sexta-feira. Escolas e instituições que se interessarem em conhecer este espaço, poderão entrar em contato com Helenice Vitorino pelo e-mail vitorino@unicamp.br.



Autor: GILSON REI
Última alteração em 12 de Novembro de 2013 às 14:59

SEMINÁRIO DOS CICLOS: saberes e produções práticas em sala de aula

SEMINÁRIO DOS CICLOS:

saberes e produções práticas em sala de aula
 
O Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Social e Ação Comunitária GEPESAC, em parceria com o
CIS-Guanabara e Unisal/Campinas, promovem o Seminário dos Ciclos: saberes e produções práticas em sala de aula. Este Seminário tem como objetivo incentivar apresentações e publicações dos trabalhos promovidos em salas de aula. Nesse Seminário o Grupo de Formação dos Ciclos na FUMEC, estará apresentando os Projetos Temáticos elaborados através da Metodologia de Projetos Interdisciplinar durante o ano de 2013. Para o enriquecimento do evento foram convidados alguns palestrantes que dialogam com a Educação de Jovens e Adultos e a Pedagogia Social, por entender a necessidade de debatermos juntos, a formação escolar do aluno de EJA, no campo da Pedagogia Social. Sabemos, que em nosso país assim como em outros, a Educação tornou-se uma questão de desafio, para os educadores e de bandeira política, pela sua dimensão sociocultural e social. Nesse sentido ao encarar a realidade educacional em nossa sociedade é preciso criar espaços para enfrentamento das questões desafiadoras que esbarram no processo educativo nos diferentes campos de atuação. Dessa forma a abre-se espaço para o debate sobre as questões educativas e as práticas desenvolvidas em salas de aula.
  • Serviço:
SEMINÁRIO DOS CICLOS: saberes e produções práticas em sala de aula
Data: 21/11/2013
Horário: 14h00
Local: Armazém do Café - Estação Guanabara
Centro Cultural de Inclusão e Integração Social da UNICAMP
Rua Mário Siqueira, 829 Botafogo - Campinas - SP

sábado, 9 de novembro de 2013

Turma 2013 de Pós-graduação em Pedagogia Social. Unisal-Campinas. Disciplina: Redes Sociais e Pedagogia Social. 

Reflexão do dia: "O "olho" é um produto da história reproduzido pela educação" (Bourdieu 2007).

Professor: Odair Marques da Silva
Benedito Olavo da Cunha, Cristiana Garcia Aguado dos Santos (ausente), Danielle Jardini da Silva, Dulce Ribeiro Fonseca, Elisa Cristina Siqueira, Felix Fernando Siriani, Marcel da Silva Nascimento, Miceli Tatiani Dibes Pereira, Paulo Henrique Vieira da Costa, Valnice Queiroz da Silva e Wladimir de Paula do Amaral Lacerda.  

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Grupos de Estudos motivam estudantes no interior do Brasil

Dois sucos e a conta com Manoel Andrade
O sertanejo que está revolucionando o ensino no interior do Ceará
Mauro Ventura em O Globo
Tudo começou em 1994, com sete jovens — seis rapazes e uma moça — estudando numa casa de farinha desativada ou debaixo de pés de juazeiro, sentados em cadeiras velhas. Moravam em Cipó, comunidade rural de apenas dez famílias a mais de cem quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Hoje eles são milhares e estão provocando uma pequena revolução educacional no estado. É o Prece, o Programa de Educação em Células Cooperativas, que em 2014 completa 20 anos. Por trás de tudo está Manoel Andrade, de 53 anos, doutor em Química da Universidade Federal do Ceará (UFC). Um dos dez filhos de um casal de agricultores, o pai mal sabia ler e a mãe tinha apenas a quarta série primária. Como em seu lugarejo não havia escola, Manoel foi aos 9 anos morar com os avós em Fortaleza para estudar. Quando começou a pós-graduação, passou a voltar todo fim de semana a Cipó, onde teve a ideia do Prece. No programa, não há professor. Cada estudante ensina aos demais sua disciplina favorita. Juntos, esses alunos do interior compartilham conhecimentos, apoiam-se mutuamente, superam deficiências de aprendizagem e passam no vestibular.
O GLOBO: Quem eram esses sete estudantes pioneiros?
MANOEL ANDRADE:
Eram todos excluídos educacionalmente e hoje, dos sete, só um abandonou os estudos. Os demais se graduaram. Um que na época havia parado na quarta série e estava com 20 anos virou doutor em Química e pesquisador na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Outro que tinha 20 anos e cursava a sexta série está terminando o doutorado em Fitopatologia. Tem ainda um agrônomo, uma professora de História, um mestre em Educação e um graduado em Teologia.
Na época, houve reação dos pais dos jovens da região?
Sim. Os pais eram agricultores analfabetos. Na visão deles, os filhos precisavam trabalhar para ajudar a sustentar a família. Como aqueles jovens, que liam e escreviam de forma precária, entrariam na universidade? Mas, dois anos depois, um dos estudantes, Francisco Antônio, o Toinho, foi aprovado em primeiro lugar no vestibular de Pedagogia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Seis meses depois, outro também passou. Em 1988, eram quatro na UFC. O sucesso deles atraiu outros jovens.
Como surgiu a ideia do Prece?
Tem origem num episódio que me ocorreu aos 16 anos. Um jovem, Flávio Tabosa Barroso, me convidou para participar de um grupo de estudos. Perguntou o que mais eu gostava de estudar. “Biologia.” E ele: “Então você vai nos ensinar Biologia.” Cada um ensinava aquilo de que mais gostava. Foi uma revolução na minha vida. Quando comecei a voltar a Cipó, resolvi repetir a experiência. Eu botava os meninos para estudar juntos e os levava no meu carro para conhecer a universidade. Eles se animavam ao ver que alguém da região teve sucesso graças ao estudo.
O que essa metodologia de aprendizagem em grupo mostra?
A experiência dos grupos de estudo (também chamados de células de aprendizagem cooperativa) deu certo. Não pode ser só o professor dando aula, uma transferência impositiva de um lado para o outro. Você aprende muito mais interagindo, cooperando, compartilhando conhecimentos e trocando saberes com os outros do que apenas recebendo informação.
Aqueles sete iniciais hoje são milhares…
Estamos influenciando a rede pública do Ceará. A secretaria de Educação do estado me chamou para montar um programa para cada escola estadual. Já preparamos cerca de 2.500 estudantes para organizarem grupos de estudo. Eles estão se proliferando por todo o estado e já há um programa em Mato Grosso inspirado no nosso. Graças ao Prece, cerca de 500 jovens de origem popular entraram na universidade. E mais de 30 cursam ou já cursaram a pós. E não é um êxodo rural, porque, ao ingressarem na universidade, eles passam a retornar às suas comunidades e fundam novos grupos de estudo no interior, transformando a realidade de suas regiões. Nossa utopia é contribuir para a construção de uma escola pública de qualidade.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

7 ª Semana de Educação - unicamp - 2013

Tod@s estão convidad@s para 7 ª Semana de Educação e 9ª Seminário de Teses e Dissertação
 dia 30 de setembro a 05 de outubro,  Faculdade de Educação - Unicamp
informações no site do evento - http://www.semanadeeducacao.com

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Rede Social por uma Reforma Política de Verdade

 
Campanha de Iniciativa Popular: Rede Social por uma Reforma Política de Verdade
As recentes manifestações populares em todo o país por melhorias sociais e políticas mostraram, de forma unânime, a grande insatisfação com o atual sistema político no Brasil que favorece a corrupção e acaba não representando os verdadeiros interesses da população. Como proposta para reformar este sistema foi proposto pela presidente uma constituinte popular que é a forma mais democrática para a população fazer a reforma política. Mas ela não teve apoio, até mesmo, de muitos de seus “companheiros” de partido.
SERÁ QUE A ELITE POLÍTICA QUER MANTER SOBRE SUA RÉDEA A REFORMA POLÍTICA FAZENDO MUDANÇAS PARA TUDO CONTINUAR O MESMO?
Só um povo esclarecido pode mudar um país.
Por que a elite política do país não é favorável à eleição de uma Assembleia Constituinte (ou outro mecanismo jurídico equivalente) para elaborar uma reforma política no Brasil?????????? Argumentos contrários: nossa Constituição não aborda esse assunto, levaria muito tempo, gastaria muito dinheiro, não é necessária já que temos deputados eleitos que podem fazê-la, não dá tempo para discutir e debater as propostas etc.
Mas a pergunta é: será que não valeria a o esforço de realizá-la mesmo que seja válida apenas para as próximas eleições?
O que é uma reforma política?
A reforma política é um conjunto de propostas debatidas no Congresso Nacional para tentar melhorar o atual sistema eleitoral e político brasileiro. Entre os temas estão: sistema de voto, financiamento eleitoral e partidário, transparência das ações dos políticos, transparência no uso do dinheiro público, gastos dos parlamentares, coligações, alteração das datas de posse, relação entre eleitor e eleitos, entre outros. O vídeo a seguir mostra o quanto estamos atrasados politicamente e o que se poderia mudar com uma reforma política de verdade. Já a reportagem mostra o quanto o país paga para nossos representantes, sendo que, como sabemos muitos não merecem o que ganham.
O que é uma Assembleia Constituinte?
Assembleia Constituinte é uma representação composta por pessoas eleitas exclusivamente para redigir ou reformar a Constituição. É formada principalmente por professores universitários, especialistas em política, cientistas políticos, professores de Direito Constitucional, jornalistas etc., ou seja, membros da sociedade civil para representarem a Nação. Não precisaria de partidos políticos – todos poderiam concorrer.
Qual reforma política seria melhor: uma feita pelos nossos parlamentares ou por representantes eleitos pelo povo brasileiro?
VAMOS ESPALHAR E DEBATER ESSE ASSUNTO PORQUE A MAIORIA DAS PESSOAS NÃO SABE O QUE É UMA CONSTITUINTE E DE QUE MANEIRA ELA PODE MUDAR OS RUMOS DO BRASIL.
De todas as reformas, a política é a mais importante para o país e não pode ser realizada com pequenas alterações, aqui e ali, para tudo continuar como está. Para que qualquer outra reforma que o país precise, deve haver a aprovação pelo Congresso Nacional, ou seja, pelos deputados e senadores, de maneira que mudanças significativas no país dependem dessa reforma que pode ser a “mãe” de todas.
Uma reforma política de verdade não deveria ser feita por representantes do povo eleitos diretamente e exclusivamente para esse fim? Ou seja, através da eleição de uma Assembleia Constituinte Exclusiva?
Nossa proposta é: Eleger uma Assembleia Constituinte para fazer a reforma política, que é o melhor caminho para mudar de fato a gestão política do Brasil e fazer com que os NOVOS deputados que forem eleitos sejam de fato representantes do povo para fazer as outras reformas que o Brasil tanto precisa.
Veja o vídeo:
Leia a reportagem:
Em 2013, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal devem gastar R$ 23 milhões por dia: http://oglobo.globo.com/pais/camara-senado-deverao-gastar-23-milhoes-por-dia-em-2013-7675627#ixzz2adPYlAiG